Senhora M. Q., 66 anos, moradora do bairro São Gabriel, Guarapari, ES, cliente do Programa de Controle da Tuberculose.
Fora perguntado sobre a dificuldade de acesso a saúde: "na minha família eu tenho que cuidadar de tudo e de todos, moram comigo um filho alcoolatra, cinco netos menores de idade, eu tenho que dar conta da saúde de todos e não sobra tempo para cuidar da minha. E para chegar ao posto de saúde: com a carteirinha do idoso fica mais fácil, pois não preciso pagar passagem, porém, tenho que subir um morro e andar cerca de uns 15 a 20 minutos, mas 15 minutos dentro do ônibus ate o posto; dentro do ônibus sempre venho sentada, quando esta muito cheio, alguém sempre levanta para eu sentar. Existem problema para realizar exames: eu não tenho dinheiro, o SUS sempre me ajuda, só que muitas vezes eu tenho que esta na fila as quatro horas da manhã, mas eu consigo. Conseguir remédio: não tenho dificuldade, tem a "farmacinha do posto", só que as vezes falta, ai falta em todo lugar e eu tenho que esperar. E com os profissionais, há dificuldade: todos me atendem bem, ,e dão preferência por ser idosa, eu não tenho dificuldade nenhuma, igual aqui, vocês me atendem muito bem, me dão cesta básica, vale-transporte para meu neto me acompanhar e eu agradeço. Quando questionada sobre discriminação por ser negra e pobre ela relatou: já sofri discriminação, muito por ser pobre, morar em "barraquinho", por ser muito fraquinha, magrinha, as pessoas mandavam eu me apegar a Deus, que um dia eu venceria; mas sempre tive ajuda das pessoas, eu estou sempre trabalhando a noite toda, madrugada e emendava fazendo bico durante o dia, as pessoas gostavam de mim, pois nunca arrumei problema.
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